nismo
A história da humanidade contada pelos vírus é um livro que interessa a todos, entre estes, médicos, historiadores, antropólogos, sociólogos, economistas, zootecnistas, geneticistas e engenheiros-agrónomos. Faz algo fundamental: esclarece a centralidade do papel dos microrganismos na história humana
Vírus é uma palavra que vem do Latim vírus que significa fluído venenoso ou toxina. No mundo actual é
utilizada para descrever os vírus biológicos, mas,
metaforicamente, pode designar qualquer coisa que se reproduza de forma
parasitária, como ideias.
Os
vírus foram descobertos em 1892 pelo biólogo Russo-Ucraniano Dmitri Iwanowski e
em 1898 Martinus Beijerinck, demonstrando, que o agente causador da doença do
fumo, chamada de doença do mosaico do tabaco, era um agente de dimensões muito
microscópicas capaz de penetrar filtros de porcelana, algo que não era possível
nas bactérias. Em 1898 foi descoberto o primeiro vírus animal por Friedrich
Loeffler e Paul Frosch responsável pela febre aftosa.
No
início do século XX, em 1915, Frederick Twort e em 1917, Félix d'Herelle,
descobriam que as bactérias poderiam ser infetadas por vírus.
Embora os primeiros estudos das viroses surgissem no início do século XX, foi a partir de 1931, com a descoberta do microscópio eletrónico, instrumento só disponível apenas em locais especializados, como centros de pesquisa, universidades e grandes laboratórios, permitiu visualizar imagens muito aumentadas em centenas de milhares de vezes, originando uma revolução na virologia, confirmando a dimensão submicroscópica dos vírus, fazendo com que a composição química e estrutura dos mesmos fossem conhecidas possibilitando desta forma a sua primeira classificação racional (Flint et al., 2009). Os vírus são o produto de uma rede complexa de diferentes forças evolutivas.
Em 1935, Wendell Stanley cristalizou o vírus do mosaico do tabaco que veio revolucionar a virologia, confirmando a dimensão submicroscópica dos vírus, permitindo desta forma a sua primeira classificação racional.
Em
1949, John Franklin Enders, Thomas H Weller e Frederick Chapman Robbins,
criaram, em conjunto, uma técnica que permitiu reproduzir o vírus da
poliomielite em culturas de células vivas de animais.
Em 1966, foi criado o Internacional Committee
on Nomenclature of Viruses (ICNV) que agrupou os vírus num único sistema. Em
1973 o nome foi alterado para International Committee on Toxonomy of Viruses (ICTV),
onde os vírus foram agrupados segundo a ordem, família, subfamília, género e
espécie.
Em 2003 foi descoberto um novo vírus, já referenciado nos anos 90, que devido a apresentarem maior tamanho podiam ser observados ao microscópio óptico, tendo sido confundidos com células vivas. Pressupõe-se que eles existam há tanto tempo quanto os vírus normais. Só a partir de 2003, altura em que foram observados ao microscópio electrónico, se verificou que possuíam uma estrutura igual à dos vírus tidos como normais, mas mais complexa. Estes são conhecidos como vírus gigantes.
Os Vírus e a evolução das espécies
Evolução (também conhecida
como evolução biológica, genética ou orgânica), no ramo da biologia, consiste na
mudança das características hereditárias de grupos de organismos, denominados
populações e espécies, ao longo das gerações. Numa perspectiva de longo prazo,
a Evolução é a descendência, com modificações/mutações dos genes, verificadas nas
diferentes linhagens a partir de ancestrais comuns, originando novas
características ou alteração das características
que já existiam, resultando no aparecimento de diferenças hereditárias entre
organismos, isto é, espécies inicialmente similares tornam-se cada vez mais
diferentes, de modo que, decorrido o tempo suficiente, elas podem chegar a
apresentar diferenças profundas.
Uma espécie pode ser
definida como um grupo de organismos semelhantes que se podem reproduzir uns com os outros
e dar origem a uma descendência fértil. Mas quando uma espécie está separada em
várias populações (grupos) que não se podem cruzar, mecanismos como mutações genéticas e a selecção de características novas, originam a acumulação de diferenças ao
longo de gerações e a emergência de novas espécies. As semelhanças entre
organismos sugere que todas as espécies conhecidas descenderam de um ancestral
comum (ou pool genético ancestral) através deste processo de divergência
gradual
A vida resulta da acção de um complexo conjunto de processos resultantes da acção de proteínas codificadas por ácidos nucleicos. Os ácidos nucleicos das células vivas estão em constante actividade. Deste modo, os vírus não são considerados organismos vivos pois são inertes fora das células hospedeiras. No entanto, quando penetram numa célula hospedeira, o ácido nucleico viral torna-se activo e funcional. Sob este ponto de vista, os vírus estão vivos quando proliferam dentro da célula hospedeira infectada, pois a despeito de sua classificação como entidades vivas ou não, os vírus têm participação fundamental no movimento e na construção da vida os vírus constituem um grupo de parasitas moleculares, sendo frequentemente associados a doenças que atingem quer o ser humano, quer outros animais ou plantas, causando prejuízos quer na saúde quer na economia. Por isso, são vistos como nocivos e destruidores. No entanto, apenas uma pequena fracção dos vírus conhecidos causa doenças nos hospedeiros, e esse é somente um dos efeitos que podem ter nos organismos infectadas.
Por serem capazes de infectar organismos de maneira permanente e muitas vezes silenciosamente, eles podem transmitir informações genéticas entre diferentes hospedeiros, contribuindo para gerar variabilidade das espécies, isto é, eles podem interagir de diversos modos com os seres vivos do planeta, o que faz com que se tornem ferramentas importantes para a evolução da vida.
Como qualquer das formas de vida celular existentes no planeta podem ser infectadas por muitas espécies de vírus, eles estão entre os principais agentes da evolução, influenciando a variabilidade dos seres vivos Muitos exemplos ilustram os diferentes modos como os vírus interagem com os organismos do planeta, moldando e ajudando a construir a teia que forma a árvore da vida
Será que os humanos são os seres vivos mais evoluídos do planeta?
Este é o pensamento clássico que perdura desde a antiga Grécia e que Darwin destruiu completamente com os seus contributos sobre a evolução das espécies. Não existem organismos mais ou menos evoluídos (mas sim mais ou menos complexos). O ser humano faz parte de uma cadeia evolutiva que se iniciou há 4.000 milhões de anos no nosso planeta e todos os organismos que encontramos hoje existem porque lhe estão adaptados, isto é, as espécies atuais são descendentes modificados de organismos do passado.
Os vírus transmitem-nos infecções desde o resfriado comum até COVID-19 e AIDS (SIDA). Mas as pesquisas científicas, efectuadas ao longo dos tempos, mostram que eles também podem ter desempenhado um papel fundamental na formação da evolução do Homo sapiens.
Do
ponto de vista genético, evolução pode ser definida como qualquer alteração/mutação,
verificadas ao longo das gerações, nas características ou traços dos genes quer
sejam novas ou já existentes que se deram a nível: genético, anatómico, fisiológico
e comportamental, entre outras, as quais ajudaram direta ou indiretamente na
sobrevivência e reprodução e se propagou para os descendentes.
As
mudanças que ocorrem ao longo da vida de um único organismo estão relacionadas
com o seu desenvolvimento. Este
processo faz com que os organismos apresentem descendentes que possuem
modificações em relação ao anteriormente encontrado. Estas modificações podem
levar ao surgimento de adaptações e de novas espécies, originando o aparecimento
de diferenças hereditárias entre organismos.Vários documentos escritos na sequência de
pesquisas científicas evidenciam que os vírus têm estado envolvidos no
desenvolvimento de inovações na evolução das espécies. Dando crédito às
hipóteses que sugerem que os vírus têm desempenhado um papel importante na
formação de células modernas. (Patrick Forterre, David Prangishvili.,2013).
Existem muitas razões para acreditar que os vírus são mais antigos do que as células modernas e sempre foram mais abundantes e diversos do que os seus alvos celulares. Cientistas norte-americanos acreditam que pelo menos 75% do genoma humano é formado por milhões de sequências de DNA que remontam a vírus antigos, embora já não se pareçam tanto com vírus – seriam como fósseis moleculares. Por isso, poderíamos até dizer que somos uma parte humanos e outra parte vírus!
Apesar de normalmente estarem associados a doenças, os vírus não são os grandes inimigos da humanidade – eles podem, no entanto, ser nossos aliados. Durante a sua evolução, os nossos ancestrais adquiriram a capacidade de activar e desactivar os genes virais em seu próprio benefício. Hoje sequências reconhecidas como de origem viral incluem as associadas à formação da placenta, ao desenvolvimento do cérebro e à prevenção de infecções generalizadas, entre outras, embora a curto prazo, os vírus possam representar uma ameaça para a saúde. No entanto, através da investigação científica, tem-se conhecimento que desde há milhões de anos estes submicroorganismos têm desempenhado um papel muito importante na evolução da espécie humana.
Ao longo dos séculos a sistemática da vida sempre intrigou o homem. As características passadas de pais para filhos, as semelhanças compartilhadas entre as espécies são algumas das questões que influenciaram o imaginário humano.
.Actualmente, há muitas evidências, fornecidas pelos fósseis, de que os vírus são mais antigos do que as células modernas e sempre foram mais diversos e abundantes do que os seus alvos celulares, desempenhando, desde sempre, um papel importante na evolução das espécies ao longo dos séculos.
Salienta-se que o registro fóssil também permite testar evidências de outras áreas. Por exemplo: a partir de estudos sobre anatomia comparada foi sugerido que os anfíbios atuais são descendentes de vertebrados que colonizaram o ambiente terrestre.
Vários casos documentados evidenciam que os vírus têm estado envolvidos no desenvolvimento de inovações evolucionárias se dermos crédito `as hipóteses que sugerem que os vírus têm exercido um papel importante na formação de células modernas. O estudo da genética molecular dos vírus tem originado informações consideráveis na pesquisa sobre as sequências e relações filogenéticas de vírus que afetam humanos e animais.
Os vírus são o produto de uma rede complexa de diferentes forças evolutivas. Eles prosperam mantendo uma interação contínua com os seus hospedeiros e estão sujeitos a uma multiplicidade de forças seletivas e mudanças estocásticas. A rápida produção de diversidade genética é uma característica exclusiva de certas linhagens virais, tem notáveis consequências epidemiológicas, e confere grande valor sobre vírus como sistemas modelo para a compreensão do processo evolutivo. Numa escala de tempo evolutiva, os vírus eram (e continuam a ser) um controlador evolucionário importante ao permitir a transferência do material genético entre as espécies hospedeiras e a criação de inovação genética por endossimbioses (F. Pereira, A. Amorim.,2013). Os vírus têm a capacidade de infetar células e assim replicar-se, para isso é necessário que a célula possua recetores aos quais o vírus se liga, e maquinaria celular necessária e activa, a qual permite a síntese e montagem dos seus componentes (Wagner e Hewlett, 2004)
Segundo a teoria da evolução, as espécies atuais são descendentes modificados de organismos do passado.
A alteração do qual resulta as mudanças no genoma constitui o que se chama mutação.
A
evolução é o processo que produziu uma grande biodiversidade no mundo atual nas
espécies que povoam a Terra.
Segundo a Teoria da Evolução a vida na Terra começou, há centenas de milhões de anos, com formas relativamente simples que, no decorrer do tempo, através de mudanças de características hereditárias da espécie ao longo das gerações originaram o aparecimento duma sucessão de organismos vivos cada vez mais complexos e variados.
A evolução pode ter começado desde o início da vida na água, assim como do espaço temporal da colonização da terra seca por organismos. Os vírus de quase todas as classes principais de organismos - animais, plantas, fungos e bactérias - evoluíram provavelmente com os seus anfitriões nos mares tendo os vírus emergindo das águas com os seus diferentes hospedeiros. Ao longo dos séculos a sistemática da vida sempre intrigou o homem. As características passadas de pais para filhos, a semelhança compartilhadas entre as espécies são algumas das questões que influenciaram o imaginário humano.
Vírus partilhados poderiam ter atingido várias espécies de hominídeos, motivando a eliminação dos indivíduos atingidos menos resistentes, enquanto os vírus transportados por seres humanos e outros animais que migraram para fora de um continente para outro (formados posteriormente), poderão ter contribuídoNuma escala de tempo evolutiva, os vírus eram (e continuam a ser) um controlador evolucionário importante ao permitir a transferência do material genético entre as espécies hospedeiras e a criação de inovação genética por endossimbioses. (F. Pereira, A. Amorim.,2013).
Durante
a evolução da raça humana os nossos ancestrais ganharam a habilidade de activar
e desactivar esses genes virais em seu próprio benefício. Hoje sequências reconhecidas
como de origem viral incluem as associadas à formação da placenta,
ao desenvolvimento do cérebro e à prevenção de infecções generalizadas, entre
outras. Ou seja, no curto prazo, os vírus podem representar uma ameaça.
Entretanto, desde há milhões de anos que desempenham um papel muito importante
na evolução da espécie humana.
O estudo da genética molecular dos vírus tem originado informações consideráveis na pesquisa sobre as sequências e relações filogenéticas de vírus que afetam humanos e animais.
Os vírus são o produto de uma rede complexa de diferentes forças evolutivas. Os seres humanos têm sido atingidos por vírus no decorrer da sua história evolutiva, embora o número e os tipos tenham mudado. Alguns vírus mostram evidências de um relacionamento e co-especiação de longa data com os hominídeos, enquanto outros foram mais recentemente adquiridos de outras espécies, incluindo macacos Africanos e símios, durante a linha evolutiva do homem nesse continente, e, animais domésticos e roedores desde o Neolítico.Mas o que é, afinal, um ser vivo? O que o difere da matéria bruta?
Apesar de existir uma grande variedade de seres vivos, em infinitas formas, algumas características específicas diferem-nos dum grão de areia, dum copo com água, ou mesmo duma rocha que fazem parte da matéria bruta.
Os seres vivos e a matéria bruta possuem propriedades diferentes, os seres vivos têm características que não existem na matéria bruta (sem vida).Todos os seres vivos são formados por células. Célula constitui a menor parte dum ser vivo com forma definida com capacidade de auto duplicação (pode dividir- se sozinha). São unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos. Podem ser comparadas aos tijolos de uma casa. As células, em geral, possuem um tamanho tão pequeno que só podem ser vistas por meio de microscópio óptico.
Dentro delas ocorrem inúmeros processo que são fundamentais para manter a vida.
de: organização, nutrição, crescimento, metabolismo, irritabilidade, reprodução, hereditariedade e evolução as quais são características que, em conjunto, diferenciam os seres vivos da matéria sem vida (também chamada de matéria bruta).
Os seres vivos e a matéria bruta possuem propriedades diferentes, os seres vivos têm características que não existem na matéria bruta (sem vida).
As células eucariontes possuem envólucro nuclear, formando um núcleo verdadeiro, o que protege o DNA do movimento do citoesqueleto, isto é, o material genético encontra-se dentro do núcleo. O citoplasma dos eucariontes, é diferente daquele dos procariontes, é subdividido em compartimentos, aumentando a eficiência metabólica, o que permite que atinjam maior tamanho sem prejuízo das suas funções. Essas células são encontradas nos protozoários, fungos, plantas e animais.
Após esta pequena dissertação sobre as primeiras células e a sua importância na evolução do ser vivo no planeta, refere-se que o vocábulo célula só surgiu há cerca de quatro séculos pelo que se relata sumariamente os acontecimentos que conduziram à utilização deste termo para descrever a estrutura celular do ser vivo.
As células começaram a ser estudadas a partir da segunda metade do séc.XVII (1665) na sequência dos trabalhos com cortiça realizados por Robert Hooke. Este pesquisador inglês foi o primeiro a visualizar células num microscópio. Após ter verificado as células de cortiça mortas, ele acreditou que estas estruturas eram apenas câmaras vazias, daí a denominação célula, que significa pequena cela. A primeira organela celular descrita foi o núcleo celular
Com o desenvolvimento dos microscópios e de estudos efectuados mais aprofundados noutras substâncias, os cientistas concluíram que todos os seres vivos apresentavam células e estas eram muito mais complexas do que as estruturas visualizadas por Hooke. Os trabalhos do botânico Mathias Schleiden e do zoólogo Theodor Schwann foram fundamentais para a construção da chamada Teoria Celular, que referia que todos os seres vivos eram compostos por células. Em 1855, Rudolf Virchow publicou um trabalho onde ele afirmava que todas as células se originavam de outra célula preexistente. Entretanto, somente em 1878, Walther Flemming observou o processo de divisão celular e conseguiu provar como a multiplicação das células ocorria.
As conclusões obtidas nesses dois
trabalhos foram incorporadas à Teoria Celular, que, atualmente, é conhecida por
três pontos principais:
→ Todos os
organismos vivos são formados por uma ou várias células;
→ As células
são as unidades funcionais dos seres vivos;
→ Uma célula
somente se origina de outra existente.
Na definição , pode-se dizer que:
Célula é a menor parte com forma definida que constitui um ser vivo dotada de auto duplicação (pode-se dividir sozinha), isto é, as células formam-se de outras células pré-existentes, por processos de divisão celular. São as unidades básicas, estruturais, funcionais e organizacionais dos organismos vivos. A célula tem todo
1. Todas os seres vivos são compostos de uma ou mais células, portanto as células são as unidades estruturais e morfológicas dos seres vivos.
2. Todas as actividades fundamentais celulares ocorrem no interior da célula, portanto as células são as unidades funcionais (ou fisiológicas) dos seres vivos.
3. Todas as células formam-se de outras células pré-existentes, por processos de divisão celular. Assim, e dado que as células são (as peças básicas, estruturais, funcionais e organizacionais) comuns a todos os seres vivos, o seu estudo permite
troca de substâncias entre a célula e o meio em que ela se encontra. A membrana plasmática tem a capacidade de selecionar as substâncias que entram ou saem de acordo com as necessidades da célula. Muitas substâncias entram e saem das células de forma passiva. Isto significa que tais substâncias se deslocam livremente, sem que a célula precise de gastar energia. É o caso dos gases de oxigénio e carbónico, por exemplo. Outras substâncias entram e saem das células de forma activa. Neste caso, a célula gasta energia para promover o transporte delas através da membrana plasmática. Neste transporte há participação de substâncias especiais, chamadas enzimas transportadoras. As células nervosas, por exemplo, absorvem íões de potássio e eliminam íões de sódio por transporte activo. Na sua estrutura refere-se que a membrana plasmática é formada por duas camadas de lípidos e por proteínas de formas diferentes entre as duas camadas de lípidos.
No processo de produção da cadeia polipeptídica, participam o ribossoma
e as moléculas de DNA e RNA. Outra atividade essencial é a respiração celular que
produz a energia que será utilizada pelas células do corpo, parte desse
processo ocorre no citoplasma e outra parte dentro das mitocôndrias, como
no Ciclo de Krebs.
é considerado o centro de controlo das actividades da célula e também o local onde estão armazenadas as informações genéticas. As funções desempenhadas por ele só são possíveis graças à presença de DNA (ácido desoxirribonucleico) no seu interior, pois são estas moléculas que possuem genes, que, por sua vez, dão origem à síntese de proteínas. Além destas funções, é no núcleo que ocorre a síntese e o processamento dos diferentes tipos de RNA.
O núcleo é envolvido por um
sistema de dupla membrana chamada de carioteca. Uma destas membranas é mais externa e
permanece em contacto com o citoplasma e com o retículo endoplasmático.
A carioteca, assim como a membrana plasmática, é formada por uma camada dupla de fosfolipídios onde estão inseridas algumas proteínas. Estas membranas são perfuradas por pequenos poros que servem de porta de entrada e saída para algumas substâncias nucleares. Destaca--se que o fluxo não é contínuo, pois nos poros existem proteínas com o papel de garantir seletividade, controlando o que entra e o que sai da célula..
Todos os seres vivos do planeta são compostos por células, a menor parte viva destes organismos. Estas estruturas são extremamente complexas e formadas por várias substâncias, que só foram descobertas graças ao avanço da Bioquímica, parte da Biologia que estuda todos os processos químicos que ocorrem nos organismos.. Os sais minerais existem nas células na forma de íões. Quando colocados na água, os sais dissociam-se (separam os íões) e é assim que eles existem nas células.
1- substâncias orgânicas
2- substâncias inorgânicas
A composição química aproximada da matéria viva é de 75 a 85% de água;
1%de sais minerais;1% de carbohidratos; 2 a 3% de lipídios; 10 a 15%
de proteínas e 1% de ácidos nucleicos
O número de substâncias orgânicas diferentes encontradas na natureza é da ordem 1000 vezes maior do que o número de substâncias inorgânicas.SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS
Substâncias orgânicas são constituídas por moléculas pequenas com poucos ou nenhuns átomos de carbono.
A vida na Terra baseia-se essencialmente no elemento carbono, que constitui estrutura básica de todas as moléculas orgânicas. Os átomos de carbono unem-se em sequência, formando cadeias carbónicas que se ligam a outros elementos químicos.
Entre as substâncias orgânicas, destacam-se:
Proteínas,
Lípidos (gorduras
Carbohidratos (açucares/glúcidos)
Ácidos nucleicos.
Vitaminas
PROTEÍNAS
As proteínas (10 a 15%) são formadas por unidades básicas chamadas aminoácidos — moléculas constituídas por átomos de carbono, hidrogénio, oxigénio e nitrogénio. As proteínas diferenciam-se principalmente pelo número de aminoácidos e pela sequência em que eles se dispõem nas cadeias polipeptídicas. Possuem diversas funções organismo, são encontradas em todas as estruturas da célula, substâncias intersticiais, anticorpos, entre outros. Entre as funções que podem ser atribuídas às proteínas, destacam-se seu papel no transporte de oxigênio (hemoglobina), na proteção do corpo contra organismos patogênicos (anticorpos), como catalizadoras de reações químicas (enzimas), receptora de membrana, atuação na contração muscular (actina e miosina), além de serem fundamentais para o crescimento e formação das hormonas.
Diante de tamanha importância, é fundamental que as proteínas sejam obtidas por meio de uma boa alimentação.
Entre os alimentos que se destacam pela grande quantidade desse
nutriente, podemos citar as carnes, leite, ovos, cereais integrais, feijão,
legumes e vegetais folhosos.
LIPÍDOS
lipídos
(2 a 3%º), conhecidos geralmente como gorduras, são substâncias
insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos, como álcool e clorofórmio. Encontram-se distribuídos em todos os
tecidos. Actuam como reserva de energia e isolante térmico, participam nos
processos metabólicos, formam as membranas celulares e algumas hormonas, e, protegem
os órgãos contra impactos, entre outras funções. A diversidade das suas
funções não chega nem perto do número de funções exercidas pelas proteínas, mas
são bastantes diferentes uma da outra.
Ácidos gordos essenciais: são ácidos gordos não sintetizados pelo organismo e que devem estar presentes na dieta. Eles são importantes para a síntese de outras moléculas do organismo, e a sua ausência pode resultar em falta de crescimento das crianças. Como ácidos gordos essenciais de origem animal, temos por ex.: ácido linoleico, os ómega 3, 6 e 9 entre outros, e, de origem vegetal, como por ex.: óleo de girassol, soja, milho e amendoim. .
CARBOHIDRATOS
Os carbohidratos (1%) são biomoléculas, conhecidas também como hidratos de carbonos, glúcidos, ou açúcares, formadas fundamentalmente por átomos de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O). São classificados como monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. Os carbohidratos são a base da alimentação dos seres e responsáveis pelo fornecimento de energia. São as biomoléculas mais abundantes na natureza.
São as biomoléculas mais abundantes na natureza.
Função dos carbohidratos
Os carbohidratos apresentam como principal função a função energética. · Os carbohidratos são utilizados pelas células para a produção de ATP (energia), fornecendo, portanto, energia para a realização das actividades celulares, isto é, funções relacionadas com a estrutura dos ácidos nucleicos e funções estruturais, . A glicose (açucar) é o principal carbohidrato utilizado pelas células para produzir energia; Além de fornecer energia de maneira imediata, os carbohidratos podem ser armazenados de diferentes formas. Nos vegetais, sob a forma de amido; nos animais, sob a forma de glicogénio.
Função estrutural: Alguns carbohidratos destacam-se pelo seu carácter estrutural dos ácidos nucleicos. Esse é o caso da celulose, que é o principal componente da parede celular dos vegetais, e a quitina, um carbohidrato encontrado no exo esqueleto de artrópodes;
Função de reserva energética: Além de fornecer energia de maneira imediata, os carbohidratos podem ser armazenados de diferentes formas. Nos vegetais, o carbohidrato de reserva é o amido; nos animais, o carbohidrato de reserva é o glicogênio.
Fontes de carbohidratos
Quando falamos em fontes de carbohidratos, pensamos, de imediato, em pães, massas, arroz e cereais. Entretanto, apesar de serem ricos nessas macromoléculas, não são os únicos que as contêm. Todos os produtos de origem vegetal possuem carbohidratos, sendo assim, frutas, verduras e legumes são fontes deste nutriente. Vale destacar também que o mel, apesar de ter origem animal, é um exemplo de carbohidrato.
ÁCIDOS NUCLEICOS
Os Ácidos Nucleicos são moléculas complexas (proteínas) responsáveis por armazenar e transmitir as informações genéticas, hereditárias,
bem como garantir a sua tradução. O armazenamento e a transmissão das informações são garantidos pelo DNA. A tradução, por sua vez, é um papel do RNA que é o ácido nucleico relacionado diretamente com o processo de síntese de proteínas a qual é orientada pelas informações genéticas fornecidas pelo DNA encontrados nos seres vivos... Os ácidos nucleicos são compostos pormoléculas conhecidas como nucleotídeos. Existem dois ácidos nucleicos: o ácido desoxirribonucleico (DNA/ADN) e o ácido ribonucleico (RNA/ARN). O DNA é o ácido nucleico que contém as informações necessárias para fabricar as proteínas.
Em alguns vírus, é o RNA o responsável por guardar as informações hereditárias e, possivelmente o RNA foi a molécula hereditária na origem da vida. Os ácidos nucleicos existentes, apresentam diferenças nos nucleotídeos.
VITAMINAS
As vitaminas são moléculas orgânicas necessárias, em quantidades muito reduzidas, para que muitos dos processos essenciais do organismo se realizem. São indespensáveis para o bom funcionamento do mesmo e cuja deficiência pode dar origem a doenças.
Não
estão quimicamente relacionadas entre si, e, estão distribuídas nos reinos
vegetal e animal.
A
maioria das vitaminas não são sintetizadas (fabricadas/feitas) pelo organismo ou são produzidas em quantidades muito reduzidas e por isso têm de ser
obtidas a partir da alimentação. As excepções são: - Vitamina D (sintetizada a
nível cutâneo), - Vitamina K (síntese a partir da flora bacteriana intestinal,
proporcionando grande parte das necessidades diárias), - Niacina (síntese no
fígado, a partir do aminoácido triptofano), - Riboflavina (síntese a partir da
flora bacteriana do intestino grosso), - Biotina (síntese a partir da flora
bacteriana do intestino grosso).
O organismo não armazena a maioria das vitaminas. A deficiência dessas vitaminas geralmente desenvolve-se em semanas a meses. Portanto, as pessoas devem consumi-las regularmente. A falta delas, pode causar várias doenças, como o raquitismo (enfraquecimento dos ossos pela falta da vitamina D) ou o escorbuto (falta de vitamina C), O consumo de grandes quantidades (megadoses) de determinadas vitaminas (geralmente suplementos), sem supervisão médica, pode ter efeitos nocivos.
Apesar de serem essenciais, as vitaminas não precisam ser ingeridas em grande quantidade, como é o caso dos carbohidratos, sendo apenas necessários alguns miligramas (mg) ou microgramas (µg) por dia. As necessidades diárias vão de 0,01 mg a 100 mg, e , variam de indivíduo para indivíduo, de acordo com a idade, género, actividade física e estado de saúde.As quantidades de vitaminas que o organismo necessita variam de acordo com as necessidades. Podem também interagir com outros nutrientes, como os minerais, os hidratos de carbono e as proteínas.Cada uma das vitaminas desempenha uma função específica, apesar de muitas vezes as suas ações se complementarem
As
principais fontes são as frutas, verduras e legumes, mas elas também são
encontradas na carne, no leite, nos ovos e cereais.
As
vitaminas podem ser dividas em dois grupos, de acordo com a sua solubilidade:
● Vitaminas lipossolúveis, se forem solúveis em gordura (lípidos). É o caso das vitaminas A, D, E e K;
● Vitaminas hidrossolúveis, se forem solúveis em água. Este grupo inclui a vitamina C e vitaminas do complexo B
SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS
As substâncias inorgânicas que fazem parte da estrutura da célula, são as substâncias que não possuem
carbono na sua composição .
As substâncias
inorgânicas encontradas na célula são:
● Água
● Sais minerais.
A água é a substância mais abundante (em maior quantidade) encontrada nos seres vivos. A água é fundamental para a sua sobrevivência, pois, apesar dos
seres vivos conseguirem sobreviver por algumas semanas sem comida, é impossível sobreviver sem ingestão de água ao fim de poucos dias (3 a 5 dias). A água é, por isso, um elemento fundamental para a vida.No homem, perdas maiores que 15% da massa de água (desidratação) podem ter consequências graves, pela diminuição do volume de líquido circulante e levar à morte A água pode dissolver diversas substâncias, sendo classificada como solvente universal. No corpo humano, representa cerca de 70% do peso corporal. Participa de inúmeras
Todas as células precisam de água elemento químico essencial para a sua estrutura e funcionamento.A água faz parte da composição de nossas células, tecidos e órgãos. Sumariamente refere-se alguma dessas funções:
● Solvente da
maioria dos solutos
(dissolve as substâncias químicas da célula como eletrólitos: sódio, cálcio,
magnésio; nutrientes como carbohidratos, proteínas, entre outras), o que
permite a ocorrência das reações químicas (e por isso, é chamada solvente universal).
●Transporte de produtos utilizados no metabolismo, em que a água funciona como meio de distribuição de substâncias:
- quer para dentro das células de cujas reações químicas se obtém: energia, assim como a contração muscular, secreção hormonal etc.
- quer transportando para fora das mesmas, isto é, remove/elimina;
a) os metabolitos produzidos por elas, e, utilizadas pelo organismo;
b) o excesso de substâncias metabolizadas;
c) substâncias não utilizadas (sem função) ou tóxicas
●Fluxo contínuo de
água no interior da célula (ciclose) permite que. as substâncias se distribuam
pelo seu interior o que simplifica as reações químicas.
●Regula a temperatura
● As reações catalisadas por enzimas só
ocorrem na água.
Os sais minerais são elementos inorgânicos que desempenham várias funções necessárias para o bom funcionamento do organismo, como na regulação da actividade e manutenção celular.
Algumas das suas funções são:
● Formar o esqueleto
● Participar na coagulação
sanguínea
●Transmissão de impulsos nervosos
que
intervêm na regulação da actividade e manutenção celular.
Podem ser encontrados de três formas nos
organismos vivos:
a) Dissolvidos na água do corpo na forma de íões; na
forma de cristais (como o carbonato de cálcio e o fosfato de cálcio encontrados
nos ossos
b) Associados a moléculas orgânicas (como o ferro na molécula de hemoglobina, o magnésio na clorofila e o cobalto na vitamina B12).
c) Na forma de
cristais (como o carbonato de cálcio e o fosfato de cálcio encontrados nos
ossos)
Facilitam o transporte de diversas substâncias, mantêm a actividade muscular e nervosa, facilitam a transferência de compostos pelas membranas celulares e composição de tecidos orgânicos e estão também envolvidos de modo indireto no processo de crescimento, entretanto, o excesso ou a deficiência de um mineral pode interferir no metabolismo (PINHEIRO et al, 2005).
Os sais minerais essenciais,
chamados assim, quando apresentam uma concentração razoavelmente constante nos
tecidos saudáveis do organismo,
têm,
igualmente, importância na estrutura de tecidos, no controlo das vias
metabólicas (como activadores da ação hormonal), da pressão osmótica e do
equilíbrio acidobásico. Eles encontram-se em proporção de 2 a 5% do peso
corporal.
Podem ser encontrados quer nos seres vivos quer na matéria bruta (não viva). Nos seres vivos, encontram-se dissolvidos em água ou imobilizados. Os dissolvidos em água estão sob a forma de íões, enquanto os imobilizados são encontrados nas estruturas esqueléticas.
Os organismos vivos são incapazes de produzir sais minerais, pelo que estes elementos devem ser adicionadas à dieta, através da ingestão dos nutrientes que constituem os alimentos.
Em função da quantidade em que estão
presentes nos organismos, alguns sais precisam de ser ingeridos em quantidades relativamente altas (superiores a 100mg/dia) e por esse motivo são
chamados de macronutrientes minerais ou macroelementos, tais
como: Cálcio, Fósforo, Potássio, Enxofre, Sódio,
Cloro, Magnésio. Outros
minerais como Ferro, Zinco, Iodo e Selênio são chamados
de micronutrientes minerais, ou microelementos, por serem necessários ao organismo em quantidades
relativamente baixas.
A deficiência de determinados minerais
na dieta favorece o desenvolvimento de anormalidades estruturais ou
fisiológicas.
Encontramos sais minerais na água, nas
frutas, nos legumes, nas verduras, nos frutos do mar, no leite e em diversos
outros alimentos.
Apesar
de não fornecerem calorias, a ingestão destes elementos é de suma (grande)
importância, uma vez que os minerais atuam na formação de ossos e dentes, contração
muscular e propagação do impulso nervoso, coagulação, manutenção do equilíbrio osmótico,
transferência de substâncias pelas membranas e no processo de respiração celular.
A falta de sais minerais no corpo dos seres vivos pode ser
fatal, uma vez que altera significativamente o metabolismo. Uma alimentação
saudável torna-se essencial para a manutenção do equilíbrio do organismo.
Das funções dos principais
íões, salienta-se:
Na; Cl; K: estes íões são responsáveis pelas cargas elétricas das membranas da célula, mantendo assim o funcionamento normal destas. Participam na retenção da água nas células e nos seres vivos.
P e
Ca: estes íões andam muito juntos; O
P aparece na forma de fosfatos,
formando moléculas de ATP (trifosfato de adenosina) especializadas em armazenar
energia nas células. O P entra também
na composição dos ácidos nucleicos e de proteínas. O Cálcio, além de estar junto do fosfato é responsável por ativar uma
série de enzimas que são responsáveis pelas reações químicas nas células; entra
também na formação dos ossos.
Fe: é
importante na formação da hemoglobina (proteína que deixa vermelho o sangue);
esta proteína participa do transporte de oxigênio e gás carbónico nos seres
vivos.
O cálcio
e o ferro são os dois mais famosos
do grupo dos sais minerais, o cálcio corresponde cerca de 2% a 2,5% do valor de
minerais presentes no corpo humano. Já o ferro esta envolvido em diversas
atividades importantes para o organismo, entre elas o transporte de oxigênio
para todas as células (SOUZA, 2016).
Mg: é importante na composição da clorofila
O vírus são organismos cuja existência data dos primórdios de vida na Terra.
A revisão da literatura sugere que os seres humanos têm sido atingidos por vírus em toda a história evolutiva da humanidade, embora o número e os tipos tenham variado. Alguns vírus mostram evidências de um relacionamento e co-especiação de longa data com os hominídeos, enquanto outros foram encontrados em outras espécies nomeadamente símios.
A evolução pode ter começado desde o início da vida na água, assim como
do espaço temporal da colonização da terra seca por organismos. Os vírus têm
penetrado e infectado quase todas as classes principais de organismos
considerados como fazendo parte do grande grupo que constituem os seres vivos,
e, evoluído provavelmente com os
seus anfitriões nos mares tendo emergido das águas com
eles nomeadamente: plantas, fungos, bactérias e animais irracionais e racionais.
Os seres humanos têm sido atingidos por vírus ao longo de toda a sua história evolutiva, embora o número e os tipos tenham mudado. Alguns vírus mostram
evidências de um relacionamento e co especiação de longa data com hominídeos, enquanto outros foram mais recentemente adquiridos de outras espécies. Vários casos documentados demonstram que os vírus têm estado envolvidos no desenvolvimento de inovações evolucionárias. Dando crédito às hipóteses que sugerem que os vírus têm desempenhado um papel importante na formação de células modernas (Patrick Forterre, David Prangishvili.,2013).
Os vírus podem ser encontrados em praticamente todos os locais e infectar qualquer tipo de célula. As doenças causadas por eles são chamadas viroses e são tratadas com poucas drogas, sendo recomendado normalmente repouso e boa alimentação. É importante frisar que os antibióticos não são eficazes no tratamento dos vírus. Para o tratamento de doenças causadas por vírus são utilizadas substâncias antivirais. Estes fármacos actuam nas diferentes fases da replicação vírica, tendo como principal objectivo a sua inibição.
Os vírus são organismos muito simples que se destacam pela ausência de células ao contrário dos seres vivos. Os vírus são muito pequenos (submicroscópicos) que apresentam diâmetro entre 15 e 300 nm,
sOs vírus por serem organismos acelulares e devido à sua falta (ausência de células) não são considerados, por muitos pesquisadores, como seres vivos pois não têm a capacidade de se reproduzirem sozinhos, dependendo das células vivas de outros organismos, e, como tal são denominados parasitas intracelulares obrigatórios, uma vez que só conseguem reproduzir-se no interior de uma célula. Eles não possuem ribossomas ou outras estruturas capazes de produzir as próprias proteínas. Desta forma, não realizam nenhuma actividade metabólica fora de células. Fora das células, tornam-se inertes, capazes até mesmo de se cristalizar, como alguns minerais (LINHARES E GEWANDSZNAJDER, 2011).
Fazendo um breve resumo sobre
as características gerais dos vírus:
Os vírus são organismos considerados por muitos como organismos sem vida. Entretanto, uma parcela dos pesquisadores acredita que os vírus apresentam vida, porém com algumas diferenças. Aqueles que defendem que os vírus não são seres vivos baseiam-se nas seguintes evidências:
Vírus não possuem células, ou seja, são acelulares. Isto contrapõe a teoria celular, que diz que todos os seres vivos possuem células,e, como tal os vírus não podem ser considerados vivos. Na definição destes seres de dimensões submicroscópicas até 2003, altura em que se descbriu que alguns têm dimensões maiores, pode-se dizer que:
Vírus porém são considerados seres vivos porque:
●Possuem um ácido nucleico, DNA ou
RNA; ou ambos, e, por isso:
a) Apresentam material genético, mas incompeto, pois tem falta de elementos que permitam a sua autonomia, como por exemplo a replicação (multiplicação).
b) Quando penetram numa célula
hospedeira, o ácido nucleico viral torna-se activo e funcional permitindo a sua
replicação.
c) São capazes de sofrer mudanças
ao longo do tempo, ou seja, são capazes de evoluir.
●Vírus clinicamente podem ser considerados vivos pois causam infecção e
doença ao ;proliferarem dentro da célula hospedeira infectada
●Outro ponto que contribui para esta última classificação é a presença de moléculas como proteínas, lipídios e carbohidratos.
Estrutura dos vírus
Existem muitos tipos
diferentes de vírus no mundo. Eles variam muito em tamanho, formatos e ciclo de
vida.
A estrutura dos vírus é bastante simples quando o comparamos com qualquer organismo vivo, definidos como possuidores de
células. Pode-se dizer que os vírus são partículas constituídas por material
genético envolto por uma camada proteica. Em alguns casos, observa-se ainda um
envelope membranoso que envolve a cápsula de proteínas. Resumidamente pode-se dizer que o vírus é constituído por:
Capsídeo: é uma cápsula formada por proteínas que envolvem o material genético. Apresenta diferentes formatos e é formado por pequenas subunidades denominadas de capsómeros
Material Genético: o genoma viral, é constituído por ácido ribonucleico (RNA) ou desoxirribonucleico (DNA) ou os dois combinados, Os vírus que apresentam DNA são chamados de vírus de DNA e aqueles que possuem RNA são chamados de vírus de RNA. Eles codificam as informações mínimas para:
1. Assegurar a sua replicação;
2. Envolver o genoma viral e
3. Subverter funções celulares em seu benefício.
Envelope: apesar do envelope ser comum, principalmente entre vírus de animais, não são todos os vírus que o possuem (ou seja, eles não são uma característica universal dos vírus). Os envelopes encontrados nos vírus são, geralmente, derivados da membrana plasmática da célula onde o vírus se reproduziu. Este envelope apresenta fosfolipídeos e proteínas da membrana, além de proteínas e glicoproteínas que possuem origem viral. O envelope existe só em alguns vírus não todos.
Capsideo
A
função do capsídeo é envolver e proteger o genoma viral durante a sua
transferência entre células e hospedeiros.
1. 1.Icosaedro – capsídeos icosaedro
possuem 20 lados e são nomeados com base no polígono de 20 lados icosaedro.
2.
2. Filamentoso – capsídeos filamentosos recebem esse nome por sua aparência linear e fina. Também podem ser chamados de cilíndricos ou helicoidais.
3. Cabeça-cauda -Estes capsídeos são um tipo híbrido entre forma filamentosa e icosaedrica. Eles consistem basicamente de uma cabeça icosaedrica ligada a uma cauda filamentosa. O conjunto do capsídeo com o ácido nucleico é chamado de nucleocapsídeo.
O material genético dos vírus pode ser organizado de diversas formas, uma característica dos vírus diferente de qualquer outro organismo. Os restantes organismos utilizam apenas o DNA para armazenar a informação genética, no entanto, os vírus podem utilizar o DNA ou RNA, e, mais
raramente, por ambos (como por ex. o CMV) estando o material genético do vírus protegido pelo capsídeo. Apresentam um genoma possuidor de um código genético que contém os genes responsáveis pelas informações genéticas para a codificação de proteínas com composição química bem definida, capazes de induzir respostas imunológicas específicas. Esta especificidade é uma das características virais, ou seja, quando um indivíduo é acometido por uma infeção viral, o seu sistema imune produz anticorpos específicos, que podem ser identificados através do diagnóstico sorológico. Embora tenham DNA/RNA não possuem ribossomas e outros factores necessários para produzem a sua própria energia metabólica, contrariamente aos organismos celulares, os vírus não são capazes de crescer em tamanho e de se dividirem autonomicamente. Por isso necessitam de invadir células tornando-as em hospedeiros para se poderem replicar e reproduzir. Por isso, são considerados parasitas intracelulares obrigatórios pois obtêm a partir do hospedeiro, os aminoácidos, os nucleotídeos, os ribossomas e a energia metabólica.O material genético sofre modificações, ou seja mutações, com frequência, levando ao surgimento de variedades (subtipos) de um mesmo vírus. Isso dificulta o seu combate e compromete a eficiência de várias vacinas, que são preparadas para combater tipos específicos de microorganismo. A capacidade de sofrer mutações genéticas é uma das características que os vírus têm em comum com os seres vivos. Se não fosse assim, eles não teriam como reprogramar as células hospedeiras! Uma mutação pode ser compreendida como qualquer mudança no DNA de um indivíduo. Estas mutações podem inserir novos alelos/genes numa população. Por esse motivo, as mutações podem ser consideradas como a fonte primária de variabilidade.
Todos os organismos vivos estão sujeitos a mutações. De forma geral, uma mutação acaba sendo prejudicial (lesiva para o indivíduo) ou neutra (sem grandes efeitos). Eventualmente pode ocorrer uma mutação que origine vantagens adaptativas ao organismo, uma mutação benéfica, ou o ambiente pode mudar e uma mutação antes pouco vantajosa passa a ser vantajosa. Mutações também podem inserir novamente alelos que foram perdidos através de outros mecanismos. Dessa forma, mutações podem tanto originar variação, quanto manter a variabilidade genética de uma população.
De modo mais explicito, pode-se dizer que uma mutação engloba qualquer mudança (alteração) no DNA de um indivíduo. As mutações podem inserir novos alelos/genes numa população. As mutações podem ser consideradas como uma fonte primária de variabilidade genética. Todos os organismos vivos estão sujeitos a mutações. De forma geral, uma mutação acaba sendo lesiva (ruim para o indivíduo) ou neutra (sem grandes efeitos). Eventualmente pode ocorrer uma mutação, ambiental ou não, que origina quer uma vantagem adaptativa ao organismo, e como tal trata-se duma mutação benéfica, quer provir do próprio ambiente que pode mudar tornando uma mutação anteriormente pouco vantajosa em vantajosa. Mutações também podem inserir de novo, alelos que tinham sido perdidos através de outros mecanismos. Desta forma, as mutações podem quer originar variação, quer manter a variabilidade genética de uma população
Envelope viral
O envelope viral é uma estrutra presente na parte externa da maioria dos vírus, é cobertura membranosa frouxa formada principalmente glicoproteína, glicolipídeos e fosfolipídeos. Estes vírus são denominados vírus encapsulados ou envelopados. O envelope viral ocorre em alguns vírus de animais, raramente vírus de plantas e bactérias. Muitos tipos de vírus possuem um envelope viral de glicoproteínas ao redor do nucleocapsídeo.
Os que não têm envelopes são chamados nus.
O
vírus substitui as proteínas da membrana celular pelas suas próprias proteínas,
criando uma estrutura híbrida de lipídios derivados da membrana plasmática da
célula hospedeira e das proteínas virais específicas para cada
tipo de vírus, imersas nas camadas de lipídios.
Eles
são muito abundantes (ou seja, muitas cópias por vírus) e geralmente não são glicosilados. Alguns
vírus, que são a forma infectante.
Os
vírus envelopados desenvolvem-se a partir das membranas celulares, geralmente a
membrana plasmática, mas às vezes o envelope pode ser adquirido através da
membrana interna da célula, como um retículo endoplasmático, complexo de Golgi
ou núcleo.
Nestes
casos, a montagem dos componentes virais (genoma, capsídeo, matriz) ocorre na
face interna da membrana.
As glicoproteínas do envelope viral agrupam-se nesta região da membrana ocorrendo o surgimento (formação).
Esta
capacidade de formação permite que o vírus saia da célula hospedeira sem a lisar ou matar. Por outro lado, vírus não envelopados matam a célula hospedeira
pois eles são muito abundantes (ou seja, muitas cópias por vírus) e geralmente não são glicosilados. Os vírus
envelopados desenvolvem-se a partir das membranas celulares, geralmente a
membrana plasmática, mas por vezes o envelope pode ser adquirido através da
membrana interna da célula, como um retículo endoplasmático, complexo de Golgi
ou núcleo.
Nestes
casos, a montagem dos componentes virais (genoma, capsídeo, matriz) ocorre na
face interna da membrana.
As
glicoproteínas do envelope viral agrupam-se nesta região da membrana ocorrendo
o surgimento (formação).
Esta capacidade de formação permite que o vírus saia da célula hospedeira sem a lisar ou matar. Por outro lado, vírus não envelopados matam a célula hospedeira para escapar.
No capsídeo e no envelope dos vírus envelopados, há proteínas ligantes (de ligação),
que se ligam aos receptores encontrados na membrana da célula que será
infectada. Cada vírus é capaz de infectar um tipo de célula, sendo assim,
dizemos que os vírus possuem especificidade.
Os vírus multiplicam-se no interior das
células infectadas graças à inserção de seu material genético, que passa a
comandar o metabolismo da célula hospedeira. Cada vírus possui um mecanismo
diferente de multiplicação.
Após de se
multiplicarem, os vírus podem romper as células infectadas para a libertação de
novas estruturas, constituindo, assim, um ciclo lítico. Outras vezes, o material genético
viral pode manter-se ligado ao da célula hospedeira, e a transmissão desse
material para novas células ocorre à medida que ela se divide, caracterizando
um ciclo lisogénico.
A característica mais
marcante dos vírus é a ausência de células, são acelulares, o que os distingue dos seres vivos, os quais são celulares. Devido à
ausência de células e de uma maquinaria metabólica, os vírus são incapazes de se
reproduzirem sozinhos, não têm organelas importantes, como por exemplo os
ribossomas, que produzem proteínas; nem mesmo enzimas, os quais são necessários
para a realização de diversas funções, sendo fundamental, então, parasitar uma
célula para que isso possa acontecer. Em consequência dessa característica, os
vírus são chamados de parasitas intracelulares obrigatórios. Uma característica
interessante é o facto de que os vírus podem ser cristalizados, o que não é
observado nas células.
Cada vírus apresenta a capacidade de infectar
um tipo específico de célula e, portanto, diz-se que ele possui especificidade
de hospedeiro. Após o vírus identificar a célula que será parasitada, ele
garante posteriormente, que o genoma viral entre na célula. Esta etapa varia dum
vírus para outro, enquanto alguns injectam o material genético no interior da
célula hospedeira, outros, literalmente, entram na célula. Quando o material
viral está no interior da célula, ele passa a ser replicado pelo hospedeiro e,
posteriormente, os ribossomas sintetizam as proteínas virais. A célula
hospedeira também garante que o material genético do vírus seja produzido,
assim como os capsómeros, que formam os capsídeos. Quando estes vírus estão
prontos, eles saem da célula hospedeira, causando a destruição da célula infectada.
Mesmo assim, os vírus têm algumas características importantes de células vivas. Por exemplo, eles têm genomas de ácido nucleico baseados no mesmo código genético usado nas suas células (e nas células de qualquer ser vivo).
→ Replicação viral
Os vírus
reproduzem-se apenas no interior da célula de um hospedeiro, uma vez que não
possuem metabolismo próprio. Ao atingir uma célula e parasitá-la, uma série de
processos ocorre até que o vírus consiga fazer com que a célula trabalhe a seu
favor.
Pode-se concluir que:
O ciclo de vida do vírus é o conjunto de etapas em que o vírus reconhece e entra numa célula hospedeira, "reprograma" o hospedeiro, fornecendo instruções na forma de DNA ou RNA viral, e usa os recursos do hospedeiro para produzir mais vírus (o resultado do "programa" viral).
De uma maneira geral, podemos dividir a replicação viral nas
seguintes etapas:
1- Adsorção/ Ligação
2-Penetração/ Entrada
3- Desnudamento/ Replicação do genoma e expressão genética
4- Síntese viral
5- Montagem e Maturação
1-Adsorção/ Ligação:
O vírus reconhece uma célula hospedeira e liga-se a ela através de uma molécula receptora na superfície da célula formando ligações entre os seres invasores e os receptores na membrana da célula.
Adsorção será a ligação de uma molécula presente na superfície da partícula viral com os receptores específicos da membrana celular do hospedeiro. Nos vírus envelopados, as estruturas de ligação geralmente apresentam-se sob a forma de espículas, em alguns vírus, como nos Paramixovírus e nos vírus sem envelope. A ligação célula-vírus geralmente está relacionada a um ou grupo de polipeptídeos estruturais, como acontece nos Papiloma vírus. A presença ou ausência de receptores celulares determina o tropismo viral, isto é, o tipo de célula em que os vírus são capazes de ser replicados. Para haver a adsorção é necessário uma ponte entre as proteínas mediadas por iões livres de cálcio e magnésio, uma vez que as proteínas apresentam carga negativa. Outros factores vão influenciar diretamente na adsorção do vírus na membrana celular, tais como, temperatura, pH e envoltórios com glicoproteínas
2. Penetração / Entrada:
Nesta fase dá-se a entrada do vírus na totalidade ou parcialmente na célula. A entrada do vírus na célula pode ser feita de duas maneiras: fusão e viropexia. A fusão é quando a membrana celular e o envelope do vírus se fundem, permitindo a entrada deste no citosol da célula. A viropexia é uma invaginação da membrana celular mediada por receptores
e por proteínas, denominadas clatrinas, que revestem a membrana internamente. Nos dois mecanismos existe uma dependência em relação à temperatura adequada, que fica em torno de 37ºC, em vírus que replicam em células de um vertebrado. É removido pela acção de enzimas celulares existentes nos lisossomas, expondo o genoma viral. De uma maneira geral, o vírus que possui como ácido nucleico o DNA faz síntese no núcleo pois necessita da enzima polimerase que se encontra no núcleo da célula. O vírus que possui como genoma o RNA faz a síntese viral no citoplasma
3. Desnudamento/ Replicação do genoma e expressão genética.
1. O genoma viral é copiado e os seus genes são expressos para produzir proteínas virais: o ácido nucleico do vírus é
libertado no interior da célula, separando-se do seu capsídeo. Neste processo, o capsídeo é removido pela acção de enzimas celulares existentes nos lisossomas, expondo o genoma viral. Além disso, não se observa o aumento do número de partículas infecciosas na célula hospedeira. De uma maneira geral, o vírus que possui como ácido nucleico o DNA faz síntese no núcleo. O vírus que possui como genoma o RNA faz a síntese viral no citoplasma.
4. Síntese viral
Na síntese viral o genoma viral é copiado e seus genes são expressos para produzir proteínas virais estruturais e não estruturais a partir dos processos de
transcrição e
5. Montagem e Maturação
virais completas, ou víriões, que, em alguns casos, requerem a
obtenção do envoltório lipídico ou envelope. Este processo, dependente de enzimas tanto do vírus quanto da célula hospedeira, podendo ocorrer no citoplasma ou no núcleo da célula. De uma forma geral, os vírus que possuem genoma constituído de DNA condensam as suas partes no núcleo, enquanto os de RNA, no citoplasma..
Nesta fase do ciclo replicativo de alguns vírus a apoptose (desaparecimento do capsídeo) é estimulada. Noutros casos, a inibição da síntese de macromoléculas celulares provoca danos nas membranas dos lisossomas e libertação de enzimas hidrolíticos, originando a morte celular.
A morte celular durante a replicação pode ocorrer por vários factores. A causa mais comum parece ser a inibição da síntese
basal de macromoléculas, como proteínas. Durante a replicação, o vírus induz a
maquinaria celular a produzir principalmente produtos virais em detrimento dos
produtos necessários à sobrevivência da célula. Com isso, estes não estão em
quantidades suficientes para manter a sua viabilidade. Além da falta de
produtos essenciais, esses eventos resultam em acúmulo excessivo de produtos
virais (RNA, DNA, proteínas), que podem ser tóxicos para a célula.
Resumindo:
Quando o material viral (DNA ou o RNA viral), está no interior da célula separa-se da camada externa (desencapsulamento) e reproduz-se dentro da célula hospedeira, num processo que requer enzimas específicas, isto é, os ribossomas sintetizam as proteínas virais, ou seja, a célula hospedeira garante que o material genético do vírus seja produzido, assim como os capsómeros, que formam os capsídeos. Os componentes virais recém-sintetizados formam uma partícula viral completa. A célula hospedeira geralmente morre, libertando novos vírus que infectam outras células hospedeiras. Cada passo da replicação viral recruta diferentes enzimas e substratos.
Simplificando o que foi escrito anteriormente, de modo a compreenderem o mecanismo usado pelo vírus para se tornar activo, poderemos dizer que: quando os vírus penetram numa célula hospedeira, o ácido nucleico viral torna-se activo e funcional. Sob este ponto de vista, os vírus estão vivos quando proliferam dentro da célula hospedeira infectada, pois a despeito da sua classificação como entidades vivas ou não, os vírus têm participação fundamental no movimento e na construção da vida. Por serem capazes de infectar organismos de maneira permanente e muitas vezes silenciosamente, eles podem transmitir informações genéticas entre diferentes hospedeiros, contribuindo para gerar variabilidade das espécies., isto é, eles podem interagir de diversos modos com os seres vivos do planeta, o que faz com que se tornem ferramentas importantes para a evolução da vida.
Como qualquer das formas de vida celular existentes no planeta podem ser infectadas por muitas espécies de vírus, eles estão entre os principais agentes da evolução, influenciando a variabilidade dos seres vivos.
O sistema imunológico humano, também chamado sistema imune ou imunitário, é formado por uma grande quantidade de células e moléculas responsáveis por reconhecer um antígénio (elemento estranho ao organismo) e activar mecanismos de defesa. Estas células e moléculas destroem ou inactivam isso, são fundamentais para garantir a defesa do organismo contra infecções e tumores. Além das células livres, o sistema imunológico possui estruturas individualizadas, tais como gânglios linfáticos e baço. Por outras palavras, a função do sistema imunitário é defender o corpo humano dos elementos invasores. Os gérmens/microrganismos, as células cancerígenas e os tecidos ou órgãos transplantados são tidos pelo sistema imunitário como algo contra o qual organismo se deve defender. Apesar do sistema imunitário ser complexo, a sua estratégia básica é simples: reconhecer o inimigo, mobilizar forças e atacar.
Estruturas
envolvidas na resposta imunológica
Células:
Muitas células e substâncias por elas secretadas (produzidas) participam da resposta imune do organismo, como as células dendríticas, macrófagos,neutrófilos, células natural killer (destruidores/assacinos naturais), mastócitos, basófilos, eosinófilos e linfócitos.
Órgãos linfóides
Estes
órgãos recebem esta denominação porque são responsáveis pela produção,
crescimento e desenvolvimento dos linfócitos. São exemplos de órgãos linfóides
a medula óssea, timo, amígdalas, gânglios, baço, entre outros.
Tipos de imunização
A imunização corresponde ao mecanismo do organismo deO sistema imunitário é constituído por uma rede complexa de procedimentos que compreende a dois tipos de resposta principais:
1) a resposta imune inata, que é a primeira linha de defesa do organismo, e,
2) a resposta imune adaptativa (adquirida), que é mais específica e é activada quando a primeira resposta não funciona ou não é suficiente.
Resposta imune inata ou natural
A resposta imune natural ou inata é a primeira linha de defesa
do organismo, está presente num indivíduo desde o seu nascimento. Assim
que o microrganismo invade o organismo, esta linha de defesa é estimulada,
sendo caracterizada pela sua rapidez e pouca especificidade.
Os componentes do sistema imunitário que participam na imunidade inata (macrófagos, neutrófilos e sistema do complemento) reagem de forma semelhante perante todas as substâncias estranhas, e o reconhecimento dos antigénios não muda de pessoa para pessoa.
Resposta imune adaptativa ou adquirida
A imunidade adquirida ou adaptativa, apesar de ser a segunda
linha de defesa do organismo, possui grande importância, já que é por meio dela
que são geradas as células de memória, evitando que infecções pelo mesmo microrganismo
ocorram ou, caso ocorram, sejam mais brandas.
Além de dar origem a células de memória, a resposta imune adaptativa, apesar de demorar mais para ser estabelecida, é mais específica, já que consegue identificar características específicas de cada microrganismo e, assim, conduzir a resposta de imunidade humoral e celular, a resposta imune adaptativa também pode ser classificada em activa, quando adquirida por meio da vacinação, por exemplo, ou passiva, quando provêm de outra pessoa, como por exemplo por meio do aleitamento, em que anticorpos podem ser transmitidos da mãe para o bébé.
O que são antígenos e anticorpos
Para que haja uma resposta do sistema imunológico, são necessários
antígenos e anticorpos. Os antígenos são substâncias capazes de desencadear uma
resposta imunológica, sendo específico para cada microrganismo, e que se liga
directamente ao linfócito ou a um anticorpo para gerar a resposta imune, que
normalmente resulta na destruição do microrganismo e, assim, fim da infecção.
Os anticorpos são proteínas em forma de Y responsáveis por proteger o organismo contra infecções, sendo produzidos em resposta a um microrganismo invasor. Os anticorpos, também são chamados de imunoglobulinas, podem ser adquiridos por meio da amamentação, que é o caso do IgA, ainda durante a gestação, no caso do IgG, ou serem produzidos como resposta a uma reação alérgica, no caso do IgE.
Como fortalecer o sistema imunológico
Para melhorar o sistema imune é importante adotar hábitos de
vida saudáveis, como a prática de exercícios regularmente e uma alimentação
equilibrada, com alimentos ricos em vitamina C e D, selénio e zinco.
Segundo a
Universidade de Harvard, a alimentação saudável e a suplementação são
estratégias essenciais para um indivíduo se manter saudável e reforçar o seu
sistema imunitário.
Manter o
sistema imunitário forte e saudável, permite a existência de um bom escudo
protetor contra agentes agressores internos e externos que possam existir.
Infecção generalidades
Uma infecção é originada pelo conflito existente entre os
mecanismos de defesa do hospedeiro e a capacidade de agressão intrínseca de um
microrganismo infectante, que conduz à implantação, crescimento e multiplicação
deste no organismo do hospedeiro, causando algum tipo de lesão.
A acção combinada de muitos factores conduz ao aparecimento de uma infecção ou doença. Uma infecção viral que produza reacções adversas num hospedeiro susceptível é chamada de doença viral ou virose. Para que uma infecção ocorra é necessário que haja uma fonte de vírus com virulência e em número destes em número suficiente para iniciar o contágio do hospedeiro com maior ou menor resistência.A maior parte das infecções virais são benignas, e, autolimitadas, isto é, desaparecem em poucos dias. Têm origem em duas “famílias” de vírus: a dos adenovírus (que causam resfriados, conjuntivites e infecções respiratórias em geral) e a dos enterovírus (responsáveis por infecções intestinais, lesões na pele e até meningites).
A infecção viral não significa existência de doença. Grande parte das infecções víricas cursam de forma subclínica (assintomática, inaparente), e só apenas uma parte apresenta sinais clínicos e/ou sintomas, condição necessária para ser reconhecida como doença. Pensa-se que os sintomas e sinais de doença representam mais uma excepção do que uma regra no contexto geral das infecções víricas. Grande parte dos sinais clínicos observados nas patologias víricas são consequência da resposta do hospedeiro à lesão celular e tecidular. Por sua vez, essa lesão pode resultar dos efeitos directos ou indirectos da replicação viral ou pode, igualmente, ser consequência da resposta imune do hospedeiro contra as células infectadas. De facto, a patogenia de várias doenças víricas está mais directamente ligada aos mecanismos imunológicos do hospedeiro do vírus. Resumindo, a patogenia das infecções víricas é determinada pela combinação dos efeitos directos e indirectos da replicação viral e das respostas do hospedeiro à infecção.
As respostas das células dos hospedeiros suscetíveis às infecções virais podem ocorrer através de três caminhos diferentes: ausência de alterações aparentes, efeito citopático (CPE) seguido de morte e transformação celular (crescimento alterado).
Os vírus existem mundialmente, mas a sua disseminação é limitada por
resistência inata, imunização por infecções anteriores ou vacinas, medidas de
controle sanitário e outras medidas de saúde pública e fármacos antivirais
profiláticos
A maioria das infecções virais são subclínicas,
isto é, com pouca sintomatologia. Esta manifestação clínica
depende da patogenicidade de vários factores, entre eles salienta-se:
a patogenicidade, a virulência do vírus e
a suscetibilidade do paciente.
Patogenicidade
À capacidade de um elemento patogénico provocar alterações no organismo dos hospedeiros infectados, as quais, são constituídas pelos diferentes sinais e sintomas, da doença viral, observados num hospedeiro, e, que são determinados pelas características específicas dos agentes infecciosos é chamada patogenicidade que é influenciada pelos factores genéticos de ambos (do hospedeiro e do vírus). A patogénese viral refere-se à interação de factores virais e do hospedeiro, que levam à produção de doença.
Um vírus patogénico tem que ser capaz de infectar e causar sinais da doença num hospedeiro susceptível. No processo da patogénese viral podemos observar doenças mais severas ou mais brandas. Isso ocorre devido à existência de cepas virais mais ou menos virulentas, ou às diferentes respostas imunológicas do hospedeiro.
O termo virulência, é muitas vezes utilizado como sinónimo
de patogenicidade, mas no entanto, refere-se ao grau de severidade da doença causada por um agente infeccioso. Os vírus altamente virulentos causam doença grave, enquanto vírus avirulentos (não virulentos) ou pouco virulentos (atenuados) não causam doença ou causam doença leve, respectivamente. A virulência de um vírus pode ser medida de várias formas, relacionada com o número de animais que adoecem ou morrem após contacto com o vírus que os infectou, do grau de severidade dos sinais clínicos, do nível e da intensidade das alterações histológicas, entre outras. A virulência dos vírus é determinada geneticamente e pode variar entre os elementos duma mesma espécie viral.
Algumas infecções virais podem causar o que usualmente se chamamos de síndrome, que é constituída por um conjunto de sinais e sintomas específicos, caracterizando uma determinada infecção. Perante estas características, pode-se considerar que um mesmo vírus pode causar sintomas clínicos diferentes. Além disso, também é possível que diferentes vírus possam causar os mesmos sintomas.
Vale destacar, que existem organismos com baixa patogenicidade mas que podem causar sintomas graves em poucos doentes infectados relacionados com as co morbilidades que estes apresentam.
Virulência por definição pode-se dizer que:
Virulência é a capacidade do elemento patogénico produzir lesões no organismo hospedeiro, isto é, virulência refere-se à intensidade e à gravidade das doenças causadas pelos agentes patogénicos. Os microrganismos patogénicos possuem e expressam genes q'ppue codificam factores de virulência conferindo capacidade de provocar doença. Algumas cepas de microrganismos possuem estruturas, produtos ou estratégias que contribuem para aumentar a sua capacidade em causar uma infecção, que são chamados de factores de virulência. Virulência é por isso definida como a capacidade de um agente infeccioso produzir efeitos graves ou fatais e está relacionada às propriedades bioquímicas do agente, à produção de toxinas e a sua capacidade de multiplicação no organismo parasitado. Os factores de virulência podem estar envolvidos com a colonização ou com aumento das lesões ao hospedeiro e depende da cepa/estirpe, da quantidade de agentes infecciosos e o local de entrada do patogénio.
Um ser patogénico com alta virulência é responsável por causar a morte de vários doente. Isto é:
Existem vírus mais virulentos (vírus da varíola), e vírus menos virulentos (vírus da gripe sazonal). O grau de virulência está directamente relacionado com a capacidade do vírus causar doença a despeito dos mecanismos de defesa do hospedeiro
.
A virulência é afectada por diversas variáveis tais como: quantidade de unidades infectantes, trajectória do agente infectante após a entrada no organismo, das defesas não específicas e específicas do hospedeiro. Isto é, um vírus de baixa virulência em adultos sadios pode comportar-se muito virulento em crianças, idosos e/ou em indivíduos imunossuprimidos por deficiências imunológicas.
Os vírus podem evoluir no sentido de aumentar a virulência se isso lhes trouxer vantagens na sobrevivência e transmissão. O grau de virulência é determinado pela seleção natural para maximizar a transmissão do parasita e não um indicativo da antiguidade da relação parasita hospedeiro (Fenner e Ratcliffe, 1966; Trager, 1986).
Relativamente à patogenicidade os agentes infectantes ( vírus, e, bactérias entre outros) estão divididos em dois grupos:
Patogénio primário: É aquele que causará doença no organismo, mesmo que o indivíduo esteja saudável. Como exemplo de micro-organismo patogênico primário pode-se citar vírus da gripe.
Patogénio oportunista: É aquele que pode ser encontrado normalmente no organismo, porém não causa nenhum dano em indivíduos saudáveis. O organismo só será infectado e terá a doença quando as defesas imunológicas estão deprimidas.
Fisiopatologia da infecção
As infecções podem acometer desde seres unicelulares até pluricelulares, como os humanos. Em humanos, uma infecção é responsável por várias doenças em que a transmissão, sintomas e tratamentos são específicos para o respectivo agente patogénico. Além disso, existe uma complexa interacção entre o hospedeiro, reservatórios e vectores.
O ácido nucleico contém os genes responsáveis pelas informações genéticas para a codificação de proteínas com composição química bem definida, capazes de induzir respostas imunológicas específicas. Esta especificidade é uma das características virais, ou seja, quando o organismo é acometido por uma infeção viral, o sistema imune deste (organismo) produz anticorpos específicos, que podem ser identificados através do diagnóstico sorológico. O mecanismo de replicação viral favorece as frequentes mutações por possuir meios que enganam o sistema imune humano...
Realça-se que as
deficiências imunológicas, quer da imunidade inata (disfunções de células
fagocíticas e deficiência de complemento) quer da imunidade adaptativa
(deficiência de produção de anticorpos ou deficiência da função de células T), estão
fortemente associadas com aumento de susceptibilidade do indivíduo a infecções.
Apesar dos vírus se diferenciarem dos
organismos vivos devido a serem acelulares (sem células) têm algumas
características importantes das células, pois possuem um genoma constituído
por ácidos nucleicos (DNA/RNA ou ambos) baseados no mesmo código genético,
usado pelas células de qualquer ser vivo, os quais utilizam
apenas o DNA para armazenar a informação genética, no entanto, os vírus podem
utilizar o DNA ou RNA, estando o material genético do vírus protegido por um
involucro proteico: a cápside.
O
genoma viral é muito reduzido, os vírus não apresentam organização celular
nem organelos ou ribossomas e não produzem a sua própria energia metabólica,
contrariamente aos organismos celulares, pelo que os vírus não são capazes de crescer em
tamanho e de se dividirem autonomamente. Por este motivo, necessitam de invadir
células tornando-as em hospedeiros para se poderem replicar (reproduzir/multiplicar), pelo
que são considerados parasitas intracelulares obrigatórios para obterem a
partir do hospedeiro, os aminoácidos, os nucleotídeos, os ribossomas e a
energia metabólica para se multiplicarem.
Infecção ----> Replicação
Apesar dos vírus se diferenciem dos organismos vivos devido a serem acelulares (sem células) têm algumas características importantes das células vivas, visto terem um genomas constituído por ácidos nucleicos (DNA/RNA ou ambos) baseados no mesmo código genético usado pelas células de qualquer ser vivo, os quais utilizam apenas o DNA (ADN) para armazenar a informação genética enquanto os vírus podem utilizar o DNA ou RNA, estando o material genético do vírus protegido por um involucro proteico: a cápside.
Comparados com os vírus de RNA, os vírus de DNA tendem a infectar tipos específicos de células de uma única espécie hospedeira. Muitos vírus de DNA provocam infeções crónicas e latentes nos hospedeiros por longos períodos de inactividade do vírus mantendo-se no hospeeiro em pequenas populações por períodos prolongados. Os vírus de DNA tendem, por isso, a ser mais estáveis que os vírus de RNA. Provavelmente os primeiros hominídeos transportaram vários tipos de vírus de DNA, que se diversificaram e migraram com a população humana. As filogenias desses grupos de vírus coincidem com as relações evolutivas dos seus hospedeiros primatas, indicando um padrão de coevolução (Van Blerkon, 2003; Villarreal, 2007).
O
genoma do vírus é muito reduzido, os vírus não apresentam organização celular
nem organelos ou ribossomas e não produzem a sua própria energia metabólica. Ao
contrário dos organismos celulares, os vírus não são capazes de crescer em tamanho
e de se dividirem autonomicamente. Por este motivo, necessitam de invadir as células
tornando-as em hospedeiros para se poderem replicar e reproduzir, pelo que são
considerados parasitas intracelulares
obrigatórios para obterem a partir
do hospedeiro, os aminoácidos, os nucleotídeos, os ribossomas e a energia
metabólica para se poderem multiplicarem.
Mecanismo da infecção
Uma infecção é originada pelo conflito existente entre os mecanismos de defesa do hospedeiro e a capacidade de agressão intrínseca de um microrganismo infectante, que conduz à implantação, crescimento e multiplicação deste no organismo do hospedeiro, causando algum tipo de prejuízo. A acção conjunta de muitos factores origina o aparecimento de uma infecção ou doença. Uma infecção viral que produza reacções adversas num hospedeiro susceptível é denominada de doença viral ou virose. Para que uma infecção ocorra é necessário que haja uma fonte de vírus com virulência e em número suficiente para iniciar o contágio do hospedeiro com maior ou menor resistência.
De um modo simples e resumido, relembremos a acção patogénica dos vírus sobre o organismo humano. O vírus é um microrganismo acelular, isto é, não tem membrana plasmáttica que é uma das características das células dos seres vivos, motivo pelo qual é excluído, actualmente, da árvore da vida onde estão englobados todos os seres vivos. A estrutura dos vírus, foi evidenciada em 1931 pelo microscópio electrónico, descoberto nesta data, o que gerou grande polémica entre a comunidade científica, pois evidenciva nestes submicrorganismos a existência de características dos seres vivos: genoma constituído por ácidos nucleicos (ADN, ARN), em que nos seres vivos é o ADN(=DNA) que transporta toda a informação genética, e, nos vírus quer o ADN quer o ARN podem fornecer o código genético, como contrapartida o genoma fornecido pelos vírus
A(s) manifestação(ões)
clínica(s) de uma infecção viral depende
de vários factores como: da virulência do vírus, da susceptibilidade do hospedeiro, dos efeitos de
substâncias bioquímicas geradas a partir da interacção vírus-célula e das
reacções inflamatórias e imunológicas resultantes dessa interacção.
Uma
doença viral (virose) ocorre somente se o vírus se replica em número suficiente
para lesar ou destruir directamente células essenciais, causar a libertação de
toxinas pelos tecidos infectados, danificar genes celulares ou alterar funções
orgânicas indirectamente como resultado da resposta imune do hospedeiro à
presença de antigénios virais.
As
consequências de uma infecção viral variam bastante. Muitas infecções causam
doença grave após um breve período de incubação, mas algumas são assintomáticas
ou provocam sintomas leves que podem não ser reconhecidos, excepto em retrospeção.
Muitas infecções virais são eliminadas pelas defesas do organismo, embora
algumas permanecem em estado latente, e outras podem causar doença crónica.
Factores de virulência do vírus
• Virulência Ø Capacidade de produzir estado patológico no hospedeiro. Depende:
a) Estirpe viral
--Elevada virulência = doença severa (indica uma grande proporção de casos graves ou fatais, como nos casos dos vírus Ebola, da raiva e do HIV, que causam graves doenças, com altos índices de mortalidade)
-- Baixa virulência = doença leve (A virulência pode ser classificada em baixa virulência, como por exemplo os vírus que causam os resfriados e a gripe comum, que apesar de apresentarem altas taxas de contaminação, em indivíduos saudáveis não costumam causar casos graves)
-- Avirulento = doença inaparente
Os factores de virulência incluem mecanismos que contribuem para a instalação do agente patogénico no tecido hospedeiro, passando pelo sistema de defesa. Os genes que codificarão esses factores podem estar em cromossomas, fagos ou plasmídeos.
Os factores de virulência são necessários aos microrganismos patogénicos para invadir, colonizar, sobreviver, multiplicar no interior das células do hospedeiro e causar doença. A supressão de qualquer um deles pode resultar em redução na virulência ou na sua perda.
Pode-se pois referir que os factores de virulência englobam:
1) Genes cujos
produtos afectam a capacidade replicativa do vírus.
2) Produtos genéticos
que atuem na disseminação no hospedeiro
3) Produtos virais que afectam a resposta
4) Produtos virais tóxicos para a célula e/ou hospedeiro.
Factores de virulência imune.
A IMPORTÂNCIA DA CARGA VIRAL
A carga viral é o número de partículas virais presentes num indivíduo infectado e que são eliminadas no ambiente. Já a dose infecciosa é a quantidade de partículas virais necessárias para iniciar uma infecção. Esta dose é muito variável, podendo ir da casa das dezenas até centenas ou milhares de partículas, dependendo do vírus.
Em relação ao COVID-19 os cientistas procuram descobrir o porquê da COVID-19 ser tão contagiosa, se está relacionado a uma baixa dose infecciosa ou a uma alta carga viral eliminada pelos indivíduos infectados pelo vírus. Conhecer a carga viral e a dose infecciosa de um vírus é necessário para compreender a sua transmissão. Estudos mostram que, semelhantes ao SARS, pacientes graves de COVID-19 apresentam uma alta carga viral. Esta carga prolonga-se por um longo período de tempo, e pode servir para avaliar a gravidade da doença e fazer um diagnóstico antecipado (LIU et. al, 2020).
Em
indivíduos infectados pela COVID-19, a carga viral costuma ser maior na fase
inicial da doença. Neste período, muitas vezes a pessoa ainda não apresenta
sintomas e consequentemente, não sabe que está infectada. Desta forma,
permanece tendo contacto normal com outras pessoas, o que acaba aumentando a
disseminação do vírus.
O ponto
chave de uma pandemia é evitar que a doença continue sendo transmitida. Neste
caso, as pessoas que possuem poucos sintomas porém uma alta carga viral, acabam
colaborando na disseminação do vírus. Sendo assim, é necessário que os
diferentes profissionais dentro da sociedade estejam preparados para gerenciar
os riscos relacionados (JOYNT e WU, 2020).
Outros
factores:
Alguns microrganismos são
mais virulentos porque fazem seguinte:
*Prejudicam a produção de anticorpos (muitos microrganismos têm mecanismos que prejudicam a produção de anticorpos induzindo células supressoras, bloqueando o processamento de antígenos e inibindo a mitogénese dos linfócitos.)
*Resistem aos efeitos líticos (destrutivos) do complemento sérico
*Resistem às etapas oxidativas na fagocitose
*Produzem superantigénios (
É o conjunto de condições que favorecem a ocorrência de
infecção e doença
Factores que contribuem para essa susceptilidade:
Genética- as deficiências imunológicas, sejam da imunidade inata (disfunções de células fagocíticas e deficiência de complemento) ou da imunidade adaptativa (deficiência de produção de anticorpos ou deficiência da função de células T), são fortemente associadas com aumento de susceptibilidade a infecções
Idade - à medida que o organismo vai envelhecendo, o mecanismo de defesa exercido pelo sistema imunitário vai diminuindo. A existência de doenças crónicas também participam nesta fraqueza imunológica.
Condição corporal-(estado nutricional)- obesidade e magreza extrema diminuem a acção do sistema imunitário
Estado fisiológico- (hormonal e doenças crónicas associadas ou não, assim como hábitos tabágicos e alcoólicos exagerados)
Resistência - estado imunitário que pode ser : natural (inata) ou aquirida.Em
relação aos padrões de doenças virais no hospedeiro, as infecções podem apresentar-se
das seguintes formas:
a 1) Localizada - Logo depois da infecção, o vírus replica-se nos tecidos próximos (ou no próprio local de entrada (replicação primária). Alguns vírus permanecem confinados a esse local e produzem infecções localizadas. Um exemplo são os resfriados comuns de humanos e infecções semelhantes em animais causadas pelos rinovírus.
b 2) Disseminada / sistémica- o espalhamento do agente pelo organismo ocorre em várias etapas, como entrada, disseminação para os gânglios regionais, virémia primária e disseminação para órgãos susceptíveis. Após a virémia secundária, os vírus são disseminados para outros órgãos, como cérebro, pulmão, pele infecções sintomáticas, além do diagnóstico clínico, é necessária também a realização do diagnóstico laboratorial, considerando que os sintomas clínicos sejam inespecíficos para as doenças virais (período prodrómico.
Períodos da infecção:
Período de incubação
Corresponde ao período compreendido entre o início da infecção até o momento em que os primeiros sintomas se tornam aparentes. Na maioria das viroses, o período de incubação varia entre 2 e 15 dias. O período de incubação mantém uma relação de proporcionalidade com o período de transmissibilidade. Isto é, quanto maior for o período de incubação, mais tempo o organismo permanece a transmitir o vírus.
Período prodrómico
Após o período de incubação variável conforme o agente etiológico segue-se um período prodrómico, de curta duração (4 a 7 dias) caracterizado por sintomas específicos, tais como febre baixa, fadiga, mal estar, perda de apetite, sensação de desconforto no abdómen, náuseas e vômitos e pode ocorrer diarreia.
Nestes grupos podemos encontrar infecções:
a a) Pré-sintomática- Em alguns casos a infecção pode apresentar-se com sinais e sintomas ligeiros, no entanto na prática comum é de esperar para o indivíduo infectado ter sintomas moderados a graves antes de se tomar medidas preventivas, é, por isso, susceptível de prejudicar a saúde de outros elementos da comunidade, pois sendo portador do vírus pode infectar outras pessoas. Estas pessoas tendem a transmitir a poucos dias (2-3 dias) antes de desenvolverem sinais e sintomas, o vírus. Este período é conhecido como fase pré-sintomática ou latente. Os casos pré-sintomáticos mais tarde desenvolvem sinais e sintomas. O vírus pode ser transmitido por doentes com ou sem sintomas mas não impedem a transmissão do vírus, inadvertidamente, a outras pessoas. Há estudos que evidenciam o aumento do contágio neste período, pois são indivíduos que têm episódios frequentes de tosse e espirros. .
a) Sintomáticas – infecções sintomáticas, além do diagnóstico clínico que se baseia nos sintomas e sinais clínicos é necessário também a realização do diagnóstico laboratorial, considerando que os sintomas clínicos podem ser inespecíficos para as doenças virais (período prodrómico)
b) Assintomática - verifica-se quando um indivíduo está infectado mas não desenvolve sintomas de virose, a qual só será diagnosticada se for realizado um teste sorológico.. Estas pessoas podem negar o seu estado infeccioso ou duvidar da validade dos procedimentos de realização de testes. Assim, tendem a resistir ou podem ignorar qualquer conselho relativamente ao cumprimento de medidas de saúde pública para prevenir a posterior transmissão a outros membros da família, amigos e à comunidade.
c) Aguda - o termo infecção aguda indica a produção rápida de vírus seguida da resolução e eliminação rápida da infecção pelo hospedeiro. Estas infecções podem ser localizadas quando se restringem aos tecidos e órgãos que inicialmente foram utilizados como porta de entrada pelo vírus. O aparecimento de manifestações sintomáticas ocorre no local de infecção, levando paralelamente a proliferação viral localizada. As infecções agudas sistémicas representam os quadros infecciosos que se distribuem através do organismo e al
d) Persistentes- Ao contrário das infecções agudas, as infecções persistentes não são eliminadas rapidamente e as partículas virais ou produtos virais continuam a ser produzidos por longos períodos. As partículas infecciosas podem ser produzidas continua ou intermitentemente por meses ou anos. Existem
●Infecção crónica – o
vírus é continuamente replicado e excretado.
.
● Infecção de evolução lenta – caracteriza-se por longos períodos de
incubação. O desenvolvimento da doença tem um curso longo, progressivo e frequentemente
fatal.
●Infecções latentes - O vírus persiste numa forma "não infecciosa” com
períodos intermitentes de reactivação. O período de latência de uma
virose é definido como o período em que o vírus permanece no organismo sem
provocar manifestações clínicas. Geralmente no período de latência não há
detecção de partículas virais.
DISSEMINAÇÃO (TRANSMISSÃO) do VÍRUS
É importante relembrar que a disseminação do vírus a partir de um indivíduo infectado geralmente requer disseminação (excepção: transmissão sanguínea e via células germinativas)
•
Pode ocorrer a partir do local de infecção ou de outros locais do organismo após
infecção disseminada
• Concentração/número de partículas é crucial
para a disseminação
-Secreção respiratória: aerossol produzido por tosse, espirro, e, fala
• Espirro produz mais de 20.000 gotículas e
todas podem conter vírus
• Partículas maiores podem ser filtradas e não
se disseminam para longe
• Partículas menores (1-4 µm) permanecem em
suspensão e podem atingir o tracto respiratório inferior (pulmão)
•
Secreção nasal pode contaminar as mãos
NOTÍCIAS
Estudos sobre a transmissão do virus covid 19
Não posso deixar de publicar
resumidamente, o resultado de alguns estudos efectuados sobre a transmissão do
vírus, resultante do contacto entre as pessoas, algumas desconhecendo que podiam
ser portadoras do vírus por não apresentarem sintomatologia. Estudos estes que
evidenciaram a importância de manter as medidas que impedem a transmissão deste
agente infeccioso, enquanto não for descoberto uma terapêutica antivírica que o
erradique.
TOSSE, ESPIRRO E FALA (convera/DIÁLOGO): A TRANSMISSÃO DA COVID-19
Quando uma pessoa tosse, fala ou espirra, são libertadas gotículas, de dimensões submicroscópicas, não observáveis a “olho nu”. As gotículas são produzidas naturalmente pelos seres humanos e podem conter agentes infecciosos, como os vírus, entre outros microrganismos.
Um
estudo recente procurou compreender o mecanismo de transmissão da COVID-19
através de gotículas produzidas durante uma conversa. Tais gotículas contêm
diferentes tamanhos e peso (leves e pesadas). As maiores caem rapidamente no
chão, porém, as menores podem permanecer no ar, comportando-se como um
aerossol. Um estudo publicado no The New England Journal of Medicine, mostrou
que em aerossóis o vírus SARS-CoV-2 pode permanecer viável durante cerca de 3
horas. Este facto torna a comunicação oral, um potencial meio de transmissão, deste
agente infeccioso, de pessoa para pessoa.
O estudo mencionado utilizou laser para avaliar a quantidade
de gotículas produzidas quando uma frase específica foi emitida repetidas vezes
dentro de uma caixa fechada. Este concluiu que o volume da voz influenciava no
número de gotículas produzidas, sendo maior com o aumento da tonalidade da voz.
Alguns estudos mostraram que o número das partículas produzidas durante uma
conversa é menor do que as produzidas pela tosse ou espirro. Além disso, outros
estudos mostraram que o número de partículas produzidas durante esse diálogo, é
semelhantes ao número produzido durante a tosse (ANFINRUD et al., 2020).53
Um
outro estudo muito semelhante ao reportado anteriormente também avaliou,
utilizando um laser, a emissão de gotículas durante uma conversa e a
permanência destas no ar. Os resultados mostraram que num discurso normal, as
partículas podem permanecer no ar cerca de 10 minutos, sendo capazes de
transmitir doenças em espaços fechados. Um outro dado é sobre a carga viral da
saliva, que se mostrou diferente em doentes diferentes. Logo, o número de
partículas virais emitidas durante um diálogo, também varia, e podem chegar até
100.000 por minuto de fala (STADNYTSKY et al., 2020).
Os dados obtiddos no estudo mostram que a tosse é capaz de libertar cerca de 3.000 gotículas, enquanto um
espirro, cerca de 30.000. Uma pessoa infectada é capaz de libertar 200.000.000
de partículas virais num espirro, e estas dispersam-se pelo ambiente.
Quanto
à respiração, ainda não se sabe quantas partículas virais são libertadas por um
portador do vírus SARS-CoV-2. No caso do vírus influenza, cerca de 33
partículas virais são libertadas por minuto, durante a respiração.
Sabendo
que cerca de 44% da transmissão ocorre por pessoas assintomáticas ou
pré-sintomáticas, chama-se atenção para a disseminação do vírus sem que a
pessoa saiba que está infectada. Somado a isto, é importante lembrar da alta
carga viral nos primeiros dias de infecção, aumentando ainda mais as chances de
disseminação da doença.
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